TEMPESTADE TROPICAL SEVERA "GRANT" EVOLUI E REFORÇA VIGILÂNCIA PARA MOÇAMBIQUE




Monitoria Ciclónica

TEMPESTADE TROPICAL SEVERA "GRANT" EVOLUI E REFORÇA VIGILÂNCIA PARA MOÇAMBIQUE

Sistema deverá evoluir para ciclone tropical, sem impacto directo previsto para o país, mas insere-se num período crítico para a região

A Tempestade Tropical Severa Grant está activa no sudoeste do Oceano Índico e caminha para a fase de ciclone tropical, segundo dados oficiais divulgados este Sábado no Boletim da Diário de Actividade Ciclónica da Météo-France. Apesar de não representar, neste momento, perigo directo para zonas habitadas, a sua evolução ocorre numa fase sensível da época ciclónica, exigindo atenção redobrada dos países da África Austral, com destaque para Moçambique.


Às 16h de 27 de Dezembro, o sistema apresentava ventos médios estimados de 100 km/h, com rajadas até 150 km/h, segundo a fonte.


De acordo com a mesma fonte, Grant entrou recentemente na área de responsabilidade meteorológica do Índico Sudoeste, depois de se ter formado sobre a Austrália, sendo descrito como um sistema relativamente compacto, mas com potencial de intensificação nos próximos dias.


SEM IMPACTO DIRECTO MAS SOB OBSERVAÇÃO 

Os serviços meteorológicos regionais indicam que não há qualquer alerta ciclónico em vigor para a Ilha da Reunião nem para Mayotte, nem se prevê impacto destes territórios nos próximos cinco dias. A tempestade encontra-se ainda a grande distância da região — mais de 3.500 km da Reunião e cerca de 4.670 km de Mayotte.


As projecções apontam que Grant deverá mover-se para oeste-sudoeste, tornando-se ciclone tropical entre 28 e 31 de Dezembro, mas mantendo-se afastado de áreas habitadas, permanecendo a mais de 500 km a nordeste da ilha Rodrigues até pelo menos 1 de Janeiro.


O QUE ESTE CENÁRIO REPRESENTA PARA MOÇAMBIQUE

Para Moçambique, o caso Grant não se traduz em risco imediato, mas reforça o quadro de vigilância típico da época chuvosa e ciclónica, período em que o país historicamente enfrenta maior exposição a fenómenos extremos. Sistemas que se formam no extremo oriental do Índico, mesmo distantes, são acompanhados com atenção por poderem influenciar, directa ou indirectamente, a dinâmica atmosférica regional.


O boletim é claro ao indicar que não se prevê qualquer influência de Grant sobre os restantes territórios da bacia, incluindo Moçambique, nos próximos cinco dias. Ainda assim, a experiência passada mostra que alterações súbitas de trajectória ou reorganizações atmosféricas não podem ser totalmente descartadas.


ALERTA PARALELO NO CANAL DE MOÇAMBIQUE 

Um ponto que merece atenção particular é a referência a um baixo risco — estimado em cerca de 10% — de formação de uma nova tempestade tropical na região central do Canal de Moçambique nos próximos cinco dias. Embora a probabilidade seja reduzida e esteja em tendência de diminuição, este dado mantém sob observação as zonas costeiras moçambicanas e as bacias hidrográficas mais vulneráveis.


CAUTELA TÉCNICA E INFORMAÇÃO RESPONSÁVEL

As autoridades meteorológicas sublinham que todas as previsões de trajectória e intensidade devem ser interpretadas com extrema cautela, devido à incerteza inerente a estes fenómenos, sobretudo no que respeita à sua dimensão real e possíveis variações de percurso.


A divulgação atempada e responsável de informação meteorológica é fundamental para a preparação preventiva. Para Moçambique, acompanhar não significa alarmar, mas compreender os sinais da época ciclónica e agir com base em dados oficiais. 

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